Mercado para profissionais do beach tennis

Quem vê de fora, acha que a vida de professor de beach tennis é só “sombra e água fresca” (ou melhor, sol e água de coco).

Mas quem está dentro das arenas sabe que a realidade é outra: o mercado explodiu, o dinheiro está circulando, mas a régua subiu.

Em 2025, não basta mais apenas saber jogar bem para ganhar a vida com o esporte; é preciso entender de gestão, de pessoas e, claro, de técnica apurada.

Como praticante viciado que acompanha o cenário de perto, vejo que o beach tennis deixou de ser uma “onda de verão” para virar uma carreira sólida.

Se antes os professores eram ex-jogadores de tênis ou vôlei adaptados, hoje temos especialistas formados na areia. Vamos mergulhar nesse mercado que não para de crescer.

O Crescimento do Beach Tennis no Brasil

É assustador, no bom sentido. O Brasil não é apenas um dos países que pratica; nós somos, hoje, a maior potência comercial do esporte no mundo. O número de praticantes passou de 1,1 milhão, segundo estimativas da CBT e ITF.

O que impulsiona esse mercado não é apenas o jogador de fim de semana, mas a estrutura fixa. O fenômeno das arenas indoor em cidades sem praia (como São Paulo, Belo Horizonte e Brasília) criou uma demanda perene. O esporte deixou de ser sazonal.

Faça chuva ou faça sol, tem aula acontecendo às 6h da manhã e às 22h da noite. Isso garante estabilidade para quem trabalha na área, algo raro no esporte amador.

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TENDÊNCIAS DO MERCADO DE BEACH TENNIS

Se você quer entrar nessa área, precisa olhar para onde a bola está indo, não onde ela pingou.

1. Profissionalização da Gestão: As arenas caseiras estão perdendo espaço para franquias e complexos esportivos geridos como empresas. Isso exige professores que saibam usar apps de agendamento, tenham postura corporativa e fidelizem alunos.
2. Nichos Específicos: Já vejo professores focados só em crianças (Kids), só em alta performance ou só na terceira idade. A especialização paga melhor que o “clínico geral”.
3. Tecnologia no Treino: O uso de vídeo-análise nas aulas particulares está virando padrão. O aluno quer ver o erro dele no tablet na beira da quadra.

Por Que Há Demanda para Professores de Beach Tennis?

A conta é simples: a barreira de entrada para o aluno é baixa, mas a curva de evolução exige aula.
Diferente do futebol, onde você “aprende jogando”, no beach tennis o iniciante trava se não tiver alguém para ensinar a empunhadura continental e a movimentação.
Além disso, a rotatividade é alta.

As arenas precisam de muitos horários para pagar os custos, e isso significa turmas lotadas das 18h às 22h.

Falta profissional qualificado para cobrir essa demanda massiva, especialmente nos horários de pico. Hoje, uma arena que perde um bom professor perde 30, 40 alunos junto com ele. O passe do professor está valorizado.

Oportunidades para Professores e Treinadores de Beach Tennis

O leque de atuação abriu muito. Antigamente era só “dar aula”. Hoje, o ecossistema permite várias fontes de renda.

Aulas Particulares e em Grupo

É o “feijão com arroz”, mas é o que paga as contas.

• Grupos: Onde você ganha no volume. Turmas de 4 alunos são o padrão da indústria. É divertido, dinâmico e cria comunidade.
• Particulares: Onde está a margem de lucro alta. Alunos que querem corrigir vícios ou subir de categoria (da C para a B, por exemplo) pagam caro pela atenção exclusiva.

Academias e Clubes

Trabalhar fixo em um clube tradicional (como o Paulistano ou o Pinheiros em SP, ou clubes na orla do Rio) oferece uma estabilidade que a arena de aluguel às vezes não dá.

Carteira assinada, benefícios e uma base de alunos fiéis que estão ali há anos. Porém, a exigência de currículo costuma ser maior.

Torneios e Treinamentos Avançados

Aqui separa os homens dos meninos. Preparar atletas para competir no circuito ITF ou CBT exige outro nível de conhecimento, periodização, tática avançada, psicologia do esporte.

Mas também paga muito bem e dá visibilidade. Se um aluno seu ganha um torneio estadual, sua agenda lota na semana seguinte.

Workshops e Clínicas

Essa é a “mina de ouro” para quem já tem nome. Viajar no fim de semana para dar uma clínica intensiva em uma cidade do interior.

Você fecha um pacote fechado, dá 8 horas de aula no sábado e volta com o faturamento de uma semana inteira. É cansativo, mas financeiramente imbatível.

Quanto Ganha um Professor de Beach Tennis?

Vamos falar de valores reais, de chão de quadra em 2025. Claro, varia da Faria Lima em SP para uma praia no Nordeste, mas a média é sólida.

Professor de Arena (média):
Alguns processos públicos mostram remuneração formal de instrutor de beach tennis de cerca de R$ 5.231,00 mensais para 40 h/sem (vínculo CLT) em uma vaga específica. Fonte: Diario Tocantinense

Personal (Aula Particular):
Valores de aulas particulares variam aproximadamente R$ 80 a R$ 200 por hora.

Lembrando: é um trabalho físico. Você ganha bem, mas seu corpo é sua máquina. Se lesionar, a renda para. Por isso, muitos estão migrando para a gestão.

Quais São os Requisitos para Ser Professor de Beach Tennis?

Aqui entramos numa polêmica jurídica e prática.
Legalmente, a briga entre os conselhos de Educação Física (CREF) e as associações de Tênis/Beach Tennis existe.

Existem liminares que permitem que “instrutores” sem graduação em Educação Física deem aula, desde que foquem na técnica do esporte e não em condicionamento físico.

Na prática, o mercado exige:

1. Didática: Não adianta jogar muito e não saber explicar. O aluno quer corrigir o erro, não ver você dar show.
2. Carisma: O beach tennis é social. O professor chato perde turma. Você tem que ser meio animador de festa, meio técnico.
3. Certificações: Cursos de capacitação (como os da CBT ou de grandes redes como a Escola Guga) são muito valorizados. Ter o “CREF” (graduação em Ed. Física) ainda é um diferencial enorme para grandes clubes, que não querem risco jurídico, mas em arenas menores, a experiência de jogo conta mais.

Como Começar na Carreira de Instrutor de Beach Tennis?

Se você está decidido a trocar o escritório pela areia, o caminho não é linear, mas existem passos lógicos que vejo darem certo para a maioria dos meus colegas.

1. Jogue (e jogue muito): Parece óbvio, mas ninguém respeita um professor que não sabe executar o que ensina. Você não precisa ser Top 100 da ITF, mas precisa ter uma técnica limpa. Participe de torneios amadores (categorias A ou B) para ganhar “casca” de competição. O aluno vai te perguntar “como eu lido com a pressão no 40 iguais?”, e você precisa ter vivido isso.
2. Capacitação Técnica: Faça cursos específicos. A CBT (Confederação Brasileira de Tênis) oferece módulos de capacitação. Existem também escolas privadas renomadas de metodologia de ensino. Ter um certificado desses no currículo abre portas em arenas sérias.
3. Estágio Informal: Cole em um professor experiente. Peça para ser o “lançador de bolas” ou auxiliar nas turmas cheias. Você vai aprender mais sobre gestão de grupo e correção de erros observando um mestre do que em qualquer livro.
4. Networking: O mercado de beach tennis é uma ervilha. Todo mundo se conhece. Seja ético, pontual e simpático nos torneios. Sua reputação chega antes do seu currículo.

O Beach Tennis e Seu Futuro no Brasil

Em 2025, a pergunta “será que é só uma moda?” já morreu. O beach tennis consolidou-se como o golfe da nova geração: é onde os negócios são fechados, onde as famílias passam o domingo.

Para os próximos anos (2026 em diante), a tendência é a segmentação. O mercado não vai mais aceitar o “faz-tudo”.

• Arenas Premium: Vão exigir professores com inglês fluente para atender turistas e executivos, com metodologia padronizada.
• Foco na Base: O futuro está nas escolinhas infantis. Quem se especializar em pedagogia do esporte para crianças vai ter emprego garantido por décadas, pois esses são os atletas que manterão o esporte vivo.
• Turismo Esportivo: Professores que organizam “clínicas de viagem” (levar alunos para jogar em outros estados ou países) vão dominar a fatia mais lucrativa do mercado.

O Brasil continuará sendo o laboratório do mundo. As marcas testam raquetes aqui, as regras são experimentadas aqui. Se você está no Brasil, você está no centro nervoso do beach tennis mundial.

Perguntas Frequentes sobre o Mercado para Professores de Beach Tennis

O beach tennis cresce no Brasil?

Sim, e mudou de fase. Saiu da expansão explosiva de “quantidade” para uma fase de “qualidade”. O crescimento agora é em profissionalização e infraestrutura de ponta, não apenas em número de quadras de areia improvisadas.

Dólar alto prejudica o mercado?

Impacta no custo das raquetes e bolinhas importadas, sim. Porém, fortaleceu a indústria nacional. Marcas brasileiras de vestuário e redes cresceram muito, e os professores adaptaram os custos. O público do beach tennis, em geral, absorve bem essas oscilações.

Há demanda para professores de beach tennis?

A demanda é maior que a oferta de bons profissionais. Arenas estão “roubando” professores umas das outras. Especialmente no horário nobre (18h às 21h), falta gente qualificada para dar aula.

Preciso de certificação para ser treinador?

Para atuar legalmente sem riscos em grandes clubes, a graduação em Educação Física (CREF) é o padrão ouro. Porém, em muitas arenas e para ensino puramente técnico/tático, instrutores com cursos de capacitação específicos (CBT, ITF) atuam livremente amparados por liminares jurídicas, focando no “ensino da modalidade” e não no “treinamento físico”.

Onde dar aulas de beach tennis?

O melhor lugar para começar é em arenas de bairro (locação de quadras). Elas têm alta rotatividade e precisam de professores para “segurar” os alunos mensalistas.

Condomínios de luxo também são um nicho crescente que paga muito bem pela comodidade.

Quanto um professor de beach tennis pode cobrar?

Um professor particular iniciante cobra cerca de R$ 80,00 à 120 a hora. Um renomado, ex-atleta profissional ou com muita fama local, cobra entre R$ 400 a hora/aula.

Qual o perfil dos alunos de beach tennis?

É o perfil mais democrático que existe. Você vai dar aula para a médica que quer desestressar, para a criança de 8 anos que largou o tablet e para o senhor de 60 anos buscando saúde. A maioria busca socialização e diversão antes da performance técnica.

É necessário muito investimento inicial?

Para o professor, o investimento é em capacitação e material de trabalho (cesto de bolas, raquete boa, cones).

Comparado a montar uma arena (que custa centenas de milhares de reais), o custo para começar a dar aula é baixíssimo. Seu maior ativo é seu conhecimento e sua energia.

Conclusão

O mercado de beach tennis no Brasil amadureceu.

A fase do amadorismo, onde qualquer um pegava uma raquete e se dizia professor, ficou para trás. Hoje, temos uma indústria robusta, que movimenta milhões e oferece uma carreira digna e lucrativa para quem leva a areia a sério.

Se você tem paixão pelo esporte, paciência para ensinar e visão de empreendedor, o “play” pode ser o seu escritório pelos próximos muitos anos. A areia nunca esteve tão fértil para quem quer plantar trabalho e colher sucesso.

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